Outro assunto deveras
intrigante é o comportamento adotado pelos autores nas redes sociais. Alguns
optam por criar um perfil totalmente “profissional”, desvinculado de sua vida
pessoal, onde postam apenas material referente aos seus livros e sua carreira. Outros,
preferem tratar os leitores como amigos pessoais, compartilhando com eles não
apenas seu trabalho, mas também suas ideias, ideais, sua vida. Há ainda, os que
apenas criam páginas e os que criam diversos perfis para poder adicionar todo
mundo.
Não defendo que nenhum deles esteja 100% certo, acho que
isso é algo muito pessoal, e cada autor deve agir como lhe aprouver. Se ele
acha melhor não “misturar” vida profissional e pessoal, que assim seja. Já se
ele quer ser mais intimista ou ainda, acolhedor, que seja, acredito que isso
tudo tenha muito a ver com a personalidade de cada um e isso sempre deve ser
respeitado.
Não quero entrar nesse mérito, cada um deve agir como se
sentir bem. O que quero levantar neste capítulo, é apenas aquilo que devemos evitar
a todo custo fazer, seja qual for o nosso perfil.
11)
Não escreva a palavra OFICIAL ao lado do
seu nome. Algo como: Fulana
de Tal (OFICIAL). Fala para mim: o Paulo Coelho tem isso escrito na
página/perfil dele? André Vianco? Raphael Draccon? Carolina Munhóz? Não. E sabe
por que? Porque isso soa como algo extremamente arrogante. Como se alguém
quisesse plagiar a Fulana de Tal. Sério gente, não precisa. É claro que a sua
página é a página oficial, né? Se situa.
22)
Não se envolva em polêmicas. Acho
que isso é o mais difícil para os autores. Sempre dá vontade de falar mal do
governo, do novo livro “modinha”, do comportamento de alguém, do mercado
literário, enfim, do mundo. Dá vontade de mandar indireta, armar barraco e tudo
o mais. Mas resista. Acredite, o saldo negativo sempre será maior que o
positivo.
33)
Não use as redes sociais para desabafar. Tem
autor que bebe umas e outras e vai nas redes sociais xingar quem não compra o
livro dele. Ou então reclama do cônjuge, do emprego, da sogra. Lembre-se da
regra número um: se beber, não acesse a internet. E a regra número dois: redes
sociais não são muros de lamentação. Nenhum dos seus leitores têm nada a ver
com suas carências, problemas e/ou bebedeiras.
44) Não fique divulgando seu livro na
página/perfil alheio. Isso é o mais chato e mais deselegante
comportamento de todos. Todos os dias vejo pessoas reclamando disso. Vale
também para marcar pessoas em publicações e fotos que não têm nada a ver com
elas e ainda para adicioná-las em grupos relativos a seus livros e sua carreira
sem consultá-las. Simplesmente não faça.
55)
Não publique imagens/textos ofensivos.
Certa vez, uma autora me adicionou (sem me consultar) num grupo dedicado aos
“fãs” de seus livros. Até aí, deixei estar. Mas qual não foi minha surpresa
quando certa manhã, ao acessar a internet, ainda meio sonolenta, deparei-me com
um GIF de uma relação sexual na minha linha do tempo. Quase tive um treco.
Minha filha de apenas oito anos, estava ao meu lado, e por sorte não viu a
referida cena. Fiquei possessa. Pelo amor de Deus. A noção passou longe dessa
pessoa. Não-faça-isso.
66)
Não fique assediando as pessoas.
Geralmente, os mesmos autores que fazem o citado nos itens 4 e 5, ainda não
satisfeitos, ficam enviando mensagens privadas com propaganda de seus livros, páginas
e tudo o mais. Além de compartilhar mil propagandas diárias de seus livros.
Eles enchem tanto, que a gente acaba pegando birra deles e de suas obras. Como
tudo na vida, saiba dosar. Tudo bem você divulgar uma vez por dia, mas dez,
vinte, já é demais.