Samael olhou o horizonte pensando em como fora fácil convencer Pietro.
Sua guerra começaria em breve e estava confiante de sua vitória. Tinha a seu
lado, além de outros anjos, vampiros e em breve sugadores de energia. Ouvira
falar muito neles anos antes, mas sem nunca ter a plena certeza de que eram
reais, e se o eram, como e onde viviam. Não lhe restava muitas escolhas a não
ser alçar voo para a cidade de um garoto chamado Gabe. Sabia que mesmo que não
estivesse no caminho certo, o moleque poderia lhe dar respostas dos verdadeiros
sugadores.
Não soube por quantos minutos ou quantas horas haviam se passado desde de seu encontro com Pietro em São Paulo, contudo, resolveu descer lentamente e planar sobre um bosque esbranquiçado pela neblina que escondia a pequena cidade que procurava.
Não soube por quantos minutos ou quantas horas haviam se passado desde de seu encontro com Pietro em São Paulo, contudo, resolveu descer lentamente e planar sobre um bosque esbranquiçado pela neblina que escondia a pequena cidade que procurava.
Pousou. Seus pés tocaram a grama úmida e ele balançou as enormes asas
para afastar a fadiga da viagem. Olhou ao redor, ciente de que o que procurava
espreitava sua presença, tão surpresos e consternados que Samael riu só de
imaginar a feição daquelas criaturas diante de um legitimo anjo da morte.
—Eu
sei que vocês estão aí... – o anjo disse com voz afável. – Não tenham medo.
Nada além das corujas que piavam distante se fez ouvir. Nem mesmo o
respirar ou passos de humanos eram ouvidos.
—Temo
que não tenhamos tempo para apresentações. – o anjo caminhou lentamente até uma
árvore, sabendo que poucos metros depois dela, um rapaz o observava. – Vamos!
Preciso de vocês.
Os passos fofos sobre a terra e as folhas foram ouvidos e o anjo se
virou lentamente, encontrando próximo de si um jovem de cabelos claros que, de
aparência sisuda o mediu com desprezo e depois sorriu.
—O
que é você? – Danny perguntou desconfiado.
—Eu
é que deveria fazer tal pergunta, moleque.
—Não
vejo razões para nos tratar como moleques. – uma segunda voz surgiu por entre
as árvores. Gabe se aproximava também, os olhos tomados pelo branco da fome de
energia. – Você tem a mesma aparência que a nossa.
—Sou
Samael, um jinni. Já vivi muitos anos
além dos que vocês dois já viveram. Apesar de não estar muito certo, creio que eu
tenha sido o responsável pela “criação” de vocês, visto que sou “pai” dos
súcubos e íncubos, dos quais, acredito que vocês descendam.
—E
quais as razões de sua vinda até aqui? Esse fim de mundo... – Danny sorriu
desviando os olhos para o ambiente.
—Estamos
para entrar em guerra... Uma guerra contra seres que certamente virão atrás de
qualquer criatura com dons sobrenaturais, o que inclui vocês.
—Não
somos seres de fantasia. – Gabe riu – Somos especiais...
—Sim.
– Samael abriu seu lustroso sorriso. – Assim como os vampiros também se acham
“especiais”. – e fez sinal de aspas com as mãos e cheio de sarcasmo nos olhos.
—Você
disse vampiros? – o sorriso frouxo de Danny se desfez e ele pousou sua feição
dura em Gabe como se trocassem pensamentos.
—Não
sei qual o problema de vocês com os sugadores de sangue... – Samael voou
repentinamente até uma árvore baixa e de lá observou a cara dos dois jovens.
—Digamos
que às vezes eles gostam de sugar a energia das pessoas... Assim como nós. –
Gabe se aproximou mais, sentindo-se confiante diante do jinni.
—Hum...
E digamos que eu possa proporcionar a vocês uma revanche depois de nosso
embate? – Samael viu vantagem ali. Poder oferecer uma batalha dos sugadores de
energia contra os sugadores de sangue. Seria épico.
- O que me diz Gabe? – Danny riu. A vontade de voltar a lutar crescendo
em seu peito, rasgando-lhe a alma.
—
Não sei se os outros vão aceitar. – Gabe estranhou sua prudência. Nunca lutara
contra vampiros, apesar de quando menino, ter presenciado uma luta sangrenta
entre seu líder e o líder vampiro do país.
—
Eles não vão recusar a possibilidade de vingança. – Danny cuspiu as palavras
fumegantes no chão.
—Estou
gostando de ver. – Samael bateu
palmas e riu mais alto. – Só não digam que eu ofereci isso como pagamento.
Sabem como são os vampiros...
—Então
Samael... – Gabe parou para pensar. –
Conte-nos mais sobre essa guerra que está vindo.
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