Quero iniciar esta coluna pedindo
desculpas pelo meu sumiço abrupto, mas creio que muitos sabem o motivo para
tal. Meu marido faleceu no dia 25 de outubro, após uma semana na UTI. Tinha
apenas trinta anos, era professor da escola municipal de música Hugo Belézia.
Foi algo repentino, uma crise de asma que se agravou e levou a uma parada
cardíaca. Algo trágico e inesperado.
Quem já passou por uma história
de luto sabe como é difícil este momento. Como é difícil aceitar e retomar a vida.
Ele me deixou uma filha linda, de seis anos e é por ela que devo continuar
lutando todos os dias. Eu achei, num primeiro momento, que jamais conseguiria
escrever de novo. Afinal, ele era meu maior fã, meu crítico, meu revisor, meu
vendedor e marqueteiro. Era o maior entusiasta da minha arte. Lia todos os meus
textos, todos os artigos, indicava o que mudar, o que aprimorar. Como continuar
sem ele? Sem seu apoio, sem sua companhia?
Hoje olho para Refúgio, meu
terceiro livro, ainda inacabado, que ele nunca irá ler e sinto o coração
apertar, as lágrimas encherem meus olhos.
Muitos amigos e familiares tentam
me consolar, animar, apoiar. É claro que jamais será o mesmo. Mas dentre tantos
conselhos que ouvi, houve um que me fez refletir, um amigo me aconselhou:
“Tenta pensar no que ele ensinou de bom pra você.”
Mauricio me ensinou muitas
coisas, mas dentre todas elas, uma foi muito especial: Ele me ensinou a sonhar
e a correr atrás desses sonhos. Ele me ensinou que o que realmente importa
nesta vida é ser feliz fazendo o que se ama. E é o que muitos amigos têm
afirmado para mim e que tem me dado muita força neste momento é que Mauricio
estava profundamente feliz pela primeira vez na vida. Fazia o que amava, morava
numa cidade que ele adorava e tinha uma família que ele amava muito e que o
amava na mesma medida.
É por isso que eu me propus a não
desistir. Ele não iria querer que eu desistisse. Vou continuar a escrever, a
viver o meu sonho. A literatura sempre foi um alento para mim. Agora será ainda
mais. E sei que onde quer que ele esteja, continuará torcendo por mim e me
inspirando a escrever lindas histórias de amor, pois só pode escrever uma
história de amor quem viveu uma intensamente e eu, graças a Deus, tive a
oportunidade de viver uma com o Mauricio, a maior e a mais definitiva da minha
vida.
Desejo muita força para que você possa superar o insuperável e que sua inspiração possa atingir os limites desconhecidos e que ele continue sendo seu melhor leitor, onde quer que esteja!
ResponderExcluirWalter Oliveira