segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AUTORES QUE AS EDITORAS EVITAM

Para que seu livro seja aprovado e publicado por uma editora, você precisa saber que tão importante quanto a qualidade de sua obra – para não dizer mais importante – é o seu comportamento enquanto escritor. As editoras estão sempre atentas aos novos escritores, à repercussão de seus trabalhos, como eles tratam seus leitores, se são pessoas instáveis, problemáticas, idôneas. Não se engane: há profissionais da literatura “infiltrados” em todos os meios, e qualquer deslize pode ser fatal. Já vi muito escritor que por mais promissor que fosse, não era contratado por nenhuma editora, simplesmente porque gozava de má fama. Vou listar os dez tipos mais comuns, para que você não corra o risco de se tornar um deles, e consequentemente, persona non grata para editoras.
1 – Autor barraqueiro: Esse, é de longe, o pior tipo. É aquele autor que discute publicamente com blogueiros, com leitores, com editores, com a família, com os amigos, enfim, com qualquer um, sem o menor pudor. O motivo principal de sua fúria, são críticas aos seus livros, mas sua ira pode ser desencadeada por qualquer outra razão, desde pessoais, até questões de maior amplitude, tal como posicionamento político, religioso, etc.
2 -  Autor ansioso: Outro tipo que afugenta qualquer editora é o tipo ansioso. O cara envia a obra para ser analisada pela editora e se não recebe uma resposta em um mês, começa a telefonar, mandar e-mail, mensagens nas redes sociais. É preciso entender que cada editora tem um prazo – que costuma variar entre 6 meses a 1 ano – e que ela recebe dezenas, às vezes centenas de originais por dia, e eles são avaliados de acordo com a ordem de chegada.
3 – Autor invejoso: Aquele que não suporta ver o sucesso dos colegas. Ao invés de se concentrar em seu próprio trabalho e talvez até – por que não? – espelhar-se no outro que está chamando tanta atenção, para de repente, inspirado por ele, conseguir alavancar também a sua obra, esse autor fica provocando intrigas, espalhando boatos e destilando veneno por onde passa. Também fica cobrando “atenção” da editora, porque julga que o outro está recebendo mais investimento, mais divulgação. Fica irritadíssimo se não é convidado para eventos, pois odeia ser excluído.
4 – Autor arrogante: O livro dele é o mais perfeito de todo o universo. Não tolera que ninguém faça qualquer tipo de crítica ou sugestão sobre o seu texto, tão primoroso. Acha que todos têm inveja do seu trabalho, por isso o criticam, ou então, são um bando de ignorantes que não entenderam o que ele quis dizer.
5 – Autor pão-duro: É aquele autor que se recusa terminantemente a gastar um centavo que seja na publicação ou divulgação de seu livro. Ele acha que seu livro é tão bom, tão relevante, tão original, que a editora deve considerar uma honra ter a oportunidade de publicá-lo, e por isso, deve, além de publicar e divulgar seu livro sem cobrar nada – mesmo ele sendo um ilustre desconhecido – ainda custear suas viagens e quem sabe, até lhe pagar os direitos autorais adiantado, afinal, o sucesso do livro é garantido.
6 – Autor vaidoso: Certa vez, conheci uma autora, que fazia questão de que na capa de seu livro houvesse uma foto sua. Se o livro fosse uma autobiografia, talvez isso até fosse aceitável, mas não era o caso. O agravante é que a personagem do livro não tinha nada a ver com ela, tornando a situação ainda mais absurda. Todos tentaram, educadamente, avisar. Leitores, editores, amigos, familiares. Mas ela bateu o pé e ainda excluiu e bloqueou todos que discordaram dela nas redes sociais. No final das contas, a editora decidiu por bem não publicar mais o livro, pois viu que além de vaidosa, ela era barraqueira. E o pior é que casos como esse, ocorrem com mais frequência do que se imagina, muitos autores, não querem divulgar suas obras, mas a si próprios, muitas vezes dando mais ênfase às suas imagens, que às suas histórias.
7 – Autor máquina: Aquele autor que escreve um livro por semana e quer que a editora publique todos eles, sem se preocupar com a qualidade, o importante é que ele seja publicado. Também não se importa com a divulgação, já que, quando um livro seu é publicado, ele já está imerso em outro.
8 – Autor melindroso: Chora por qualquer coisa. Chora quando recebe uma crítica, uma ameaça, um resultado negativo. Chora porque não foi convidado para eventos, porque seu livro não vende, porque fulano chama mais atenção. Reclama da vida, dos leitores, das editoras, do capitalismo, do mercado, enfim, culpabiliza a todos, exceto a si próprio.
9 – Autor insistente: Ele assedia os leitores e as editoras através de todos os canais aos quais tem acesso. Telefone, redes sociais, e-mails. Faz postagens a cada cinco minutos falando de seu livro, marcando os amigos e os editores, sem ao menos pedir permissão. Muitas vezes acabam sendo excluídos e bloqueados, além de levarem uma dura daqueles que não tem papas na língua. É claro que é necessário divulgar, mas como tudo na vida, há que se ter um limite.
10 – Autor carente: Quer que as pessoas fiquem repetindo o tempo todo o quanto seu livro é maravilhoso, o quanto seu talento é desprezado injustamente. Precisa de demonstrações contínuas de afeto e admiração, inclusive por parte da editora. Fica publicando a cada minuto o posicionamento de seu livro na lista dos mais vendidos da Amazon, apenas para inflar o seu próprio ego.  

Note que, geralmente, os autores problemáticos, apresentam mais de uma característica enumerada acima, até porque uma está intimamente interligada a outra. Por exemplo, o barraqueiro, geralmente é arrogante ou vaidoso. E o ansioso, costuma também ser uma máquina de produzir manuscritos. O melindroso, geralmente é, no fundo, um invejoso. O insistente, via de regra, é carente.
É claro que ninguém é perfeito, e todos possuímos algumas dessas características em maior ou menor grau. O que é necessário é saber dosar e ter autocontrole, pois mesmo já tendo um contrato com uma editora para uma obra, não há garantia alguma que seus outros livros serão aceitos, principalmente se, no meio do caminho, você apresentar indícios de ser um autor – como as editoras costumam dizer – chato.
           

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

COMO É FEITA A ANÁLISE DE ORIGINAIS



Você deve ter curiosidade de saber como, afinal de contas, é feita a análise de originais pela editora.
Vamos por partes. Primeiramente, vale relembrar que seu livro pode chegar à Editora de três formas:
A – Por email.
B – Via correio, no molde impresso.
C – Através de agente literário.
Assim que é recebido, seu original passará por alguém responsável por fazer uma triagem*, a fim de ver o que realmente vale a pena ser analisado, já que os originais que não atendem aos requisitos mínimos exigidos, nem mesmo chegam às mãos do analista.  E que requisitos são esses? Vamos a eles:
1 – O livro deve se adequar ao estilo da Editora, ou seja, será analisado se o livro pertence aos gêneros, assuntos e temas que ela costuma trabalhar. Também será avaliado se o público alvo, é o mesmo com o qual ela já trabalha.
2 – O original deve vir acompanhado de um bookproposal ou ao menos uma carta, um texto de apresentação decentes. Alguns editores já me relataram que descartaram livros sem ao menos ler, simplesmente porque a apresentação já continha tantos erros de português, ou era um texto tão truncado, que eles julgaram que nem valia a pena ler o manuscrito.
3 – Em seguida, será analisado o perfil (em resumo: vão fuçar as suas redes sociais e consultar os profissionais da área com quem você já trabalhou, desde blogueiros a designers, diagramadores e editores) e o currículo do autor, para se verificar se ele é uma pessoa idônea e qual é a sua formação.
4 – No caso de editoras sob demanda, é averiguado se o autor terá condição e disposição de pagar pela publicação.
* Os livros apresentados por agentes literários, não passam por essa triagem, já que, os originais apresentados por esse profissional, já passaram pelo crivo dele, que já está acostumado com as exigências da editora, e que apresentará apenas obras que correspondam aos requisitos exigidos.
Em seguida, os livros pré-aprovados, são entregues à pessoa responsável por analisar, de fato, o livro. Ela lerá a obra, observando alguns itens básicos, (entre outros, que poderão variar de uma editora para outra):
·         Coerência, desenvolvimento e estruturação da história
Será observado se o livro é bem desenvolvido, com personagens, cenários e cenas bem construídos, se há “furos” na trama, se o texto possui fácil e acessível interpretação, sem erros grotescos de concordância ou até mesmo de gramática, vícios de linguagem, etc. Também será analisado se o livro possui um bom ritmo, sem tornar-se enfadonho, cansativo ou repetitivo. Ainda será levado em conta se o livro pertence a uma série. Muitas editoras – e leitores - ainda resistem à ideia de publicar livros que possuem sequências. 
·         Relevância
 Por mais bem desenvolvido que seu livro seja, a história precisa ter algo de original, algo que chame a atenção do analista, que leve-o a crer que aquela história vale a pena ser contada, conhecida, e portanto, publicada. Seja por uma lição de vida, seja por reviravoltas surpreendentes, seja por possuir personagens cativantes.
·         Capacidade de cativar o leitor
 Já dizia Carl Jung:
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."
Um livro pode ser muito bem escrito, mas se ele não levar o leitor a se envolver com ele, criando sentimentos deste com relação à escrita, esse livro muito provavelmente, está fadado ao fracasso.
·               Recepção do cenário literário atual ao tema proposto
 Uma editora dificilmente publicará livros de poesia, se o mercado, no momento, não está recebendo bem a poesia. As editoras buscam livros que atendam às expectativas do momento, aquilo que o público está ávido por consumir, afinal, ela precisa vender. É claro que há exceções: algumas editoras decidem apostar em nichos não explorados ou até mesmo esquecidos, para tentar mudar um pouco o cenário, mas isso, como eu disse, são exceções.
·         Forma como temas polêmicos são abordados, se eles existirem no livro
 Geralmente, as editoras até toleram que temas polêmicos tais como prostituição, drogas, pedofilia, alcoolismos, entre outros, sejam abordados, desde que o enfoque seja positivo. Por exemplo: você pode contar a história de um dependente químico, mas sem dar “glamour” ao uso de substâncias químicas, mas sim mostrando que as drogas são um malefício ao indivíduo e à sociedade.
·         Se o livro se adequa aos padrões propostos pela editora:
Esse item, na verdade, é uma continuação do anterior. Vou citar um exemplo: Certa vez, trabalhei numa editora, onde a proprietária se recusava a publicava livros de cunho machista. Esse é um claro exemplo de que os livros também precisam atender a certas normas particulares de cada editora. E é devido a isso, que muitas vezes um mesmo original pode ser recusado por uma editora, e aceito por outra.
·         Se o livro se enquadra na grade de publicação da editora
Algumas editoras costumam fechar sua grade no início do ano, a fim de planejar seus gastos, por isso, fique sempre atento aos prazos!

Após passar por todas essas etapas, a editora entrará em contato com você, dando-lhe o tão esperado SIM, isso, é claro, se você houver incluído em sua apresentação os seus dados de contato, outro ponto muito importante, que muitas vezes os autores esquecem e que por esse motivo, jamais recebem uma resposta!

domingo, 2 de agosto de 2015

Editora Grande X Editora Pequena



Além de atuar como escritora e editora, também atuo como agente literária. Todos os dias aspirantes a escritores me procuram, ávidos por publicar suas obras. Invariavelmente, eles me dizem: Como faço para conseguir uma grande editora?

            Tento explicar-lhes que não é assim tão fácil. Grandes editoras dificilmente – para não dizer nunca – pegam ilustres desconhecidos, não importa a qualidade de suas obras. Para falar a verdade, a maioria, nem trabalha com submissão espontânea de originais, mas apenas através de convite. Para chegar até elas, é necessário que você já tenha um nome conhecido no mercado literário, seja porque você foi um sucesso de vendas na Amazon ou no Wattpad, seja porque você é um blogueiro influente, um youtuber ou uma celebridade em qualquer outro ramo.

            Por que?

            Mais uma vez volto a falar: Editoras nada mais são que negócios, e é assim que você, caro autor, precisa encará-las. Sem aquela mistificação de que elas são fábricas de sonhos e que todos que lá trabalham, o fazem apenas pelo amor à Literatura e à cultura. Editoras querem – e precisam – vender. É por isso que elas preferirão apostar em nomes já consagrados de alguma maneira, a investir em completos desconhecidos.

            É claro que alguns dirão: Mas eles possuem divulgação, podem fazer um desconhecido “estourar”!

            Talvez até possam, mas faz as contas comigo: É mais viável investir x num cara já conhecido e com retorno garantido ou investir 2x num completo desconhecido, cujas vendagens terão um resultado incerto? Sejamos realistas.

            Por isso, sempre aconselho quem me procura com isso em mente, que para se chegar numa editora grande, o trabalho é árduo. Você precisa, antes, tornar seu nome conhecido, seja através das plataformas que citei acima, seja publicando por uma editora pequena antes. Não dá para começar numa empresa como presidente, é preciso passar por todas as etapas anteriores: estagiário, funcionário, diretor, supervisor, vice-presidente e quiçá, um dia, presidente. Volto a insistir: Paremos de encarar a carreira de escritor como um hobby, um sonho, e a encaremos como o que ela realmente é, uma carreira profissional e comecemos a encará-la com ceticismo.

            Existem autores que simplesmente se recusam a aceitar isso, acreditam que seu trabalho é tão bom que publicá-lo de forma independente ou por uma editora pequena, seria desmerecê-lo. Sinto informar, mas esses autores, muito provavelmente – para não dizer fatalmente – morrerão com seus livros “engavetados”.

            Eu poderia ludibriar esses autores que me procuram, dizendo que iria sim, colocá-los numa grande editora, cobrar-lhes grandes quantias e depois encaminhá-los a editoras sob demanda, algo que muitos agentes literários fazem, mas isso não é do meu feitio. Prefiro ser honesta e muitas vezes ser mal interpretada, até mesmo odiada, a me aproveitar assim dos sonhos de alguém.

            Tanto como escritora, como enquanto editora, já trabalhei com editoras de pequeno, médio e grande porte. Existem diferenças cruciais entre elas e por mais que lhe custe acreditar, vantagens e desvantagens, e algumas delas, baseada em minha experiência, citarei abaixo:

 

Editora Grande

Vantagens:

1 – Distribuição: Esse item é, claro, indiscutível. Com uma editora grande, seu livro estará nas principais redes de livrarias físicas e sites de renome, ou seja, todos poderão ter acesso seu livro facilmente.

2 – Divulgação: As grandes editoras já possuem experiência e contatos nesse ramo, de forma que estarão mais aptas a divulgar seu livro em todo tipo de mídia – internet, televisão, revistas, jornais, etc.

3 – Participação em eventos literários: Todo autor sonha estar numa Bienal do Livro em São Paulo e/ou Rio de Janeiro, e com grandes editoras, isso com certeza irá se concretizar, pois elas costumam estar presentes em todos os grandes eventos do país e até mesmo no exterior.

4 – Custo: Você não precisará gastar absolutamente nada para publicar seu livro. Em alguns casos, a Editora até mesmo bancará suas viagens e outras eventualidades.

 

Desvantagens (sim, elas existem!):

1 – Falta de autonomia: Você pouco poderá opinar a respeito da parte gráfica do seu livro, ou seja, quanto à diagramação, capa, tipo de papel a ser utilizado, etc. Também não poderá opinar sobre os brindes e formas de divulgação utilizados, você será, no máximo, informado sobre tais decisões. Formatos e plataformas onde o livro será disponibilizado, nem mesmo se cogitará discutir isso com você.

2 – Visibilidade: Você pode até achar que isso não é uma desvantagem, mas acredite, é, e muito. Via de regra, o autor iniciante não está preparado, tampouco acostumado, a receber críticas. Quando o livro tem maior visibilidade, isso fatalmente irá acontecer, e você não terá o menor controle sobre isso.

3 – Impessoalidade: Nas grandes editoras, você é apenas mais um. Dificilmente conseguirá contato direto com o editor, e um e-mail, pode demorar semanas para ser respondido. Some-se a isso, ficar sendo “jogado” de lá para cá para resolver problemas simples, já que as grandes editoras estão divididas em setores, e cada um responde por um tipo de ocorrência, há o setor editorial, o financeiro, o de vendas...

 

Editora Pequena

Vantagens:

1 – Assistência: Na Editora pequena, o contato com o editor e demais profissionais, é muito mais fácil. Você consegue falar com eles facilmente, quando e onde necessitar. Eles costumam estar sempre prontos a ajudar, explicando e orientando, sobre qualquer tipo de dúvida que o autor possa ter. Para ela, você é importante, muito mais que apenas um número. E isso, para quem está iniciando, é fundamental.

2 – Maior autonomia: Você poderá participar e opinar em todas as etapas da produção de seu livro, desde a revisão, passando pela diagramação, pela capa, até chegar ao tipo de papel que será utilizado em seu livro, além dos formatos e plataformas onde seu livro será disponibilizado.

3 – Menor visibilidade: Para um autor iniciante, isso é algo salutar. Apenas alguns blogueiros terão acesso a seu livro, e esses costumam “pegar leve” com os autores iniciantes, não destilando veneno. Costumam fazer críticas construtivas, que posteriormente, você poderá inclusive usar para melhorar seu trabalho. Também será bom para você treinar o seu autocontrole e aprender que, não é porque uma pessoa não gostou do seu trabalho, que ele é ruim. Isso é reflexo do gosto pessoal de cada um. Sei que você irá chorar, se revoltar e ter ganas de responder à altura, mas, não fazê-lo, vai treiná-lo para quando as críticas vierem em maior número, ou seja, quando você tiver mais visibilidade, e as críticas vierem de pessoas que não são seus amigos e que não lhe devem nenhum tipo de consideração. E não se engane: todo livro é criticado, por isso, esse item deve ser levado em consideração SIM.

4 – Tiragens pequenas: As editoras de pequeno porte, costumam trabalhar com tiragens pequenas, o que lhe proporcionará a oportunidade de corrigir eventuais erros nos livros que porventura, houverem “escapado”, algo muito comum, em se tratando de primeiras obras. Talvez você queira mudar detalhes que até então não havia percebido que se tratavam de um equívoco e/ou erros ortográficos, furos na trama, etc. É muito mais fácil modificar e reimprimir novas edições após as primeiras tiragens se esgotarem, que aguardar que as tiragens exorbitantes das grandes editoras se acabem.

5 – Receptividade: As pequenas editoras são mais receptivas ao autores nacionais e iniciantes, tendo nesse público, seu principal filão. Elas costumam dar retorno rápido, poupando o autor de amargar meses de expectativa.

Desvantagens:

1 – Distribuição: Por mais boa vontade que as editoras pequenas tenham, é difícil entrar nas grandes redes e sites, ainda mais contando com um catálogo enxuto e composto apenas por autores nacionais e desconhecidos. Provavelmente, seu livro será disponibilizado apenas no site da editora, em alguns outros sites mais receptivos e em pequenas livrarias, e em outros lugares aos quais você, autor, tenha acesso, e aos quais, muito provavelmente, você mesmo terá que levá-los, tais como livrarias e papelarias de sua região, bancas e até mesmo pelo correio.

2 – Divulgação: A Editora não possuirá muitos recursos nem contatos para fazer uma divulgação ampla e efetiva. Provavelmente, ela se restringirá às redes sociais, onde ela pode ser feita de forma gratuita. Algo adicional, ficará a seu encargo.

3 – Custo: Geralmente, você precisará arcar com os custos da publicação de seu livro, seja parcial ou integralmente, seja adquirindo quantidade mínima de exemplares ou outros acordos similares.

4 – Não participação em eventos literários: Eu mesma já amarguei a frustração de ir à uma bienal, e minha editora simplesmente não ter estande. Essa é uma realidade, com a qual você fatalmente terá de contar.

5 – Falta de Recursos: A editora de pequeno porte, via de regra, conta com parcos recursos, ou seja, ela pouco – ou nada - poderá ajudá-lo na aquisição de brindes, no envio e doação de exemplares, tampouco poderá custear seus gastos com viagens e deslocamentos para eventos.

 

Concluindo, é claro que todos gostariam de começar por cima, porém, essa não é a realidade de nosso atual mercado literário. É por isso que aconselho que você comece “por baixo”, mas comece. A experiência que você angariará publicando com uma editora pequena ou de forma independente, com certeza o preparará para, quando, finalmente conseguir publicar com uma editora de médio e/ou grande porte, você possa agir com mais autonomia, autocontrole, maturidade e sabedoria. 


Se vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece.
Se vai tentar, vá até o fim.
Pode perder namoradas, esposas, parentes, empregos e talvez até a cabeça.
Vá até o fim.
Pode ficar sem comer por três ou quatro dias.
Pode congelar no banco do parque.
Pode ser preso.
Pode receber escárnio, gozações, isolamento.
Isolamento é um presente, todo o resto é um teste da sua resistência, de quão forte é a sua vontade.
E você fará a despeito da rejeição e dos piores azares e será melhor do que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar, vá até o fim.
Não há outra emoção como essa.
Você estará sozinho com os deuses e as noites queimarão como fogo.
Faça, faça, faça. faça,
até o fim, até o fim.
Você cavalgará a vida diretamente para o riso perfeito.
Essa é a única boa luta que existe.

 
Charles Bukowski